A cartilha: Como negar a ciência, vender mentiras e matar no mundo corporativo por Jennifer Jacquet. Panteão, 2022 (US$ 28)
Confiar no processo científico é inegavelmente a coisa certa a fazer ao tentar tomar boas decisões em um mundo complicado. Mas também não pode ser divertido. Muitas das verdades que a ciência revela – que a queima de combustíveis fósseis prejudica o meio ambiente, que fumar cigarros causa câncer – são realmente chatas. Não seria divertido ficar do lado do consenso científico pelo menos uma vez?
Se você se sente exausto por constantemente pegar a estrada, A cartilha oferece uma alternativa atraente. A autora Jennifer Jacquet, professora associada de estudos ambientais da Universidade de Nova York, satisfaz a fantasia do leitor de atuar como executiva de uma empresa para quem a ciência é simplesmente outra faceta da propaganda corporativa. Apresentada como um guia prático para cooptar ou encobrir a ciência em nome dos negócios, a narração nunca quebra o caráter.
Eu me perguntei mais de uma vez se um mau ator poderia levar o livro ao pé da letra e prosperar no mundo corporativo, por exemplo, conduzindo estudos patrocinados pela indústria e enterrando resultados indesejáveis ou apontando o dedo para os outros quando surgem problemas legítimos com as práticas de uma empresa. A cartilha é carregado com histórias de “sucesso” de ciência fiada, desde clássicos retrô de gigantes do petróleo, cigarro e Big Pharma até a má conduta moderna por empresas de tecnologia e vaping.
Sem o humor seco de Jacquet impregnando cada capítulo, o livro teria feito uma história deprimente e exaustiva de corporações enganando consumidores, ignorando reguladores e silenciando críticos. Mas seu tom é alegre, imitando a retórica de um palestrante motivacional que virou consultor corporativo, aconselhando professores aposentados a “colocar seu título emérito para trabalhar” xelim para empresas. Quando surge um conflito entre a ciência e os produtos da sua empresa, ela aconselha a deflexão: “O DDT pode matar pássaros, mas a malária, que o DDT ajuda a prevenir, mata pessoas”.
Um efeito do formato irônico do livro é uma percepção arrepiante de que os vilões A cartilha são extraordinariamente banais. As táticas que permitem sua má conduta foram recicladas ao longo de décadas. Talvez um primeiro passo poderoso para parar o uso indevido da ciência, então, seja perceber esses temas banais – e denunciá-los. —Maddie Bender
Cadela: Sobre a Fêmea da Espécie de Lucy Cooke. Livros básicos, 2022 (US$ 30)
Nesta exposição efervescente, a zoóloga britânica Lucy Cooke documenta a “falocracia científica” que distorceu nossas percepções do sexo biológico no reino animal. Cooke revela como as influências culturais e históricas sexistas, particularmente as da era vitoriana, levaram os cientistas a interpretar mal, subestimar e ignorar a fêmea da espécie. Seu passeio lúdico e esclarecedor pela vanguarda da biologia evolutiva não apenas destaca os animais que perturbam nossas suposições sobre o sexo biológico e seus comportamentos “naturais” (albatrozes lésbicas, jezebel bluebirds, matriarcas meerkat infanticidas, macacas orgásmicas), mas também celebra os estudiosos subestimados cuja pesquisa está mudando esse paradigma reducionista. —Dana Dunham
Lapvona: Um romance de Ottessa Moshfegh. Penguin Press, 2022 (US$ 27)
Ottessa Moshfegh traz sua brutalidade de marca registrada para a Idade Média neste romance pandêmico alegórico. Na aldeia fictícia de Lapvona, na Europa Oriental, um menino chamado Marek faz amizade com uma protocientista chamada Ina, cujas tinturas experimentais com ervas e flores trazem alívio a uma comunidade que sofre com pragas, secas e fome. Enquanto isso, Lord Villiam fica isolado em sua luxuosa casa, armando a fé religiosa para manter as massas moribundas zangadas umas com as outras em vez dele. Moshfegh coloca Marek e Ina em uma emocionante rota de colisão com Villiam para assumir a vila, enquanto questiona o papel que a fé desempenha nos abusos de poder sociais e ambientais. —Adam Morgan
O que sua comida comeu: Como Curar Nossa Terra e Recuperar Nossa Saúde por David R. Montgomery e Anne Biklé. WW Norton, 2022 (US$ 30)
Buscando melhorar nossa saúde através da nutrição, podemos contar carboidratos, fazer ceto ou nos tornarmos veganos. Mas outros impulsionadores da nutrição vão mais fundo. Nesta investigação oportuna, o geólogo David R. Montgomery e a bióloga Anne Biklé escavam a terra para determinar como não somos apenas o que comemos, mas também a terra de onde vem nossa comida. Eles chamam a atenção para os desafios agrícolas, como deficiências microbianas no solo, que afetam tanto as plantações quanto o gado. E eles detalham táticas agrícolas transformadoras, funcionais e econômicas, porque “ainda temos tempo para escolher o caminho regenerativo para nossos solos, nosso planeta e nós mesmos”. —Mandana Chaffa
Discussion about this post